Dendezeiro avança fronteiras e exalta cultura do Norte na SPFW 59

Marca baiana trouxe diversos elementos da riqueza cultural do Norte para 'Brasiliano 2'

Cantora desfilou mais uma vez para a Dendezeiro | Foto: Reprodução - @agfotosite

Se no mês de férias, hoje, os brasileiros querem “voar para o Pará”, como diz a cantora Joelma, nos versos de sua canção, lançada em 2015, a Dendezeiro trouxe na segunda edição de 'Brasiliano 2', na São Paulo Fashion Week (SPFW), uma ode à riqueza cultural do Norte do Brasil, com diversas referências da fauna, flora e folclore brasileiro.

O desfile ainda que trouxe para o centro da discussão a Revolta da Cabanagem, que aconteceu entre 1835 e 1840 na província do Grão-Pará, ainda teve patrocínio da Kenner, marca que avançou as periferias e hoje também faz parte da cultura brasileira. Quando a trilha sonora começa a tocar, é inevitável não evocar memórias afetivas e nostálgicas do ruído de mudança de estação de rádio, que, no desfile, trazem hits musicais que marcaram gerações não apenas do Norte, mas do país. 

São elas: “Me Libera”, da banda Djavú, “No Meio do Pitiú”, um marco gravado na voz de Dona Onete, o clássico carimbó, que evoca diversas vezes o nome “Pará”. Tudo isso mesclado com uma batida eletrônica, que reflete uma atmosfera moderna.

Desfile exalta fauna brasileira | Foto: Reprodução - Redes Sociais

Daí vem as peças que trazem a alfaiataria com um toque de streetwear, mostrando opções casuais ao passo que carregam a força da cultura do Norte. Por isso, as saias de tapeçaria, com peixes estampados. 

Também chama atenção uma peça com uma folha em tamanho real, remetendo a fauna brasileira, na mesma textura também vem um cropped. O desfile ainda traz o verde musgo em uma jaqueta com dois peixes em cor marrom.

Entre as marcas registradas da Dendezeiro, vem uma peça usada nas pernas, que remete a uma polaina acolchoada, o cinto “DDZ”, lançado em uma coleção que também simboliza a cultura brasileira, desta vez o cangaço. Por isso também, as peças de couro.

A cultura do Norte também é exaltada através de t-shirts, em alta, com menções a castanha do Pará e ao açaí “sem xarope”, como é descrito. Além das estampas de vitória-régia, que aqui aparecem em bermuda, jaqueta e calça. Saltam aos olhos, os blazers inspirados nos igarapés amazônicos, como rios que percorrem seu curso, além do boto cor de rosa.

Ainda vem as saias, usadas por modelos homens, reforçando o conceito de moda agênero da marca. Sobressai ainda o quadriculado, um clássico do inverno. Além do verde, o branco e azul que abrem o desfile e se mesclam em uma profusão de tons terrosos, marca registrada da Dendezeiro, que em 2021, lançou a coleção “Tons de Pele”.

Estão evidentes também as bolsas criativas, como a de couro em formato de caranguejo, capivara e boto. Chama atenção ainda uma saia bem estruturada, com detalhes esvoaçantes de palha na barra, combinada com um corset e chapéu gigante, usado pela cantora Majur, que já desfilou diversas vezes para a marca e tem uma relação de amizade com os donos Hisan Silva e Pedro Batalha.

Acessórios criativos e lúdicos são marca registrada da Dendezeiro | Foto: Reprodução - @agfotosite

O desfile foi realizado após pesquisa aprofundada e colaboração de artistas. As peças de palha foram elaboradas junto com o artista baiano Ed Carlos, já as estampas de vitórias-régias ficaram por conta do pintor Bernardo Conceição, também baiano. A tapeçaria foi desenvolvida pelo desenhista Renan Estivan.

Outra artista que desfilou para a Dendezeiro foi a cantora Liniker, que percorre o Brasil com sua turnê do álbum Caju. Ainda com a mesma peça usada por Majur, mas em tom natural, fechou o desfile com maestria a cantora Gaby Amarantos.

É indiscutível que a Dendezeiro está revolucionando e modificando a roda da moda. Com sofisticação e leveza, a marca baiana mostra a força da cultura brasileira, de Norte a Nordeste, evidenciando um país rico em diversos aspectos. Assim, com um olhar que mira o futuro da marca além das fronteiras brasileiras para expandir conhecimento.